terça-feira, 15 de dezembro de 2015

As revoltas na Silésia.

A invasão alemã à Polônia, em 1. de setembro de 1939, é considerada o começo da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). Entretanto, os conflitos entre poloneses e alemães são anteriores à invasão e estão relacionados às demandas históricas na região e às transformações políticas sofridas no leste europeu, após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918.

Entre 1919 e 1921, ocorreram, na região da Alta Silésia, três grandes revoltas contra o domínio alemão sobre a região, na esperança de torná-la independente para uni-lá à Polônia. As "Revoltas na Silésia", como são conhecidas em língua portuguesa, fazem parte da memória e da história polonesas, sendo motivos de orgulho nacional. Porém, durante o começo da Segunda Guerra Mundial, elas serviram de mote para inúmeras chacinas praticadas pelos Einsatzgruppen da SS na Polônia.

Segundo o historiador Christian Ingrao (2015, p. 182):

"[...] a campanha da Polônia não é uma simples retomada das hostilidades; os grupos decerto perseguem os veteranos amotinados de 1919 [1920 e 1921] na Silésia e na Posnânia, mas essa prática tem naturalmente uma dimensão utilitária. Reprimir os ex-ativistas poloneses do movimento de 1919 é prevenir a formação de movimentos nacionalistas de resistência clandestina, é matar na semente toda veleidade de retomada do Volkskampf pelos poloneses".

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Selo postal comemorativo emitido pelos correios da Polônia, em 1971 (Scott # 1808) em comemoração ao aniversário de 50 anos da terceira revolta na Silésia (50 Rocznica III Powstania Slaskiego).


Referência:

INGRAO, Christian. Crer & destruir: os intelectuais na máquina de guerra da SS nazista. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.