domingo, 27 de janeiro de 2013

De Frankfurt para Porto Alegre.

Outro exemplo de envelope circulado alemão-ocidental em que foram fixados selos emitidos para Berlim Ocidental. Além disso, trata-se de uma correspondência especial, comemorativa ao voo inaugural da linha Frankfurt - Porto Alegre, da Lufthansa, em 4 de janeiro de 1958.
Uma curiosidade: o avião que aparece no envelope é um Lockheed Constellation, um dos mais populares aviões de transporte civil do pós-Segunda Guerra Mundial. O projeto desse aeroplano remonta ao final da década de 1930. A produção industrial do Constellation ocorreu entre 1943 e 1958. Foram produzidos 856 aparelhos, que possuíam capacidade para o transporte de até 107 passageiros. O Constellation atingia uma velocidade máxima de 547 km/h, através de quatro motores distribuídos pelas suas asas. Além da Lufthansa, várias outras empresas aéreas usaram esse aparelho, entre as quais a antiga Viação Aérea Rio Grandense - VARIG.
Envelope circulado entre Frankfurt (04/01/1958) e Porto Alegre (06/01/1958). Correspondência simples, classificada como "impresso", transportada pelo correio aéreo e comemorativa ao Voo Inaugural da Lufthansa para Porto Alegre, Brasil. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

De Berlim Ocidental para Porto Alegre.

O item desta postagem pertence à época anterior à construção do Muro de Berlim, em 1961. Ele faz parte dos anos imediatamente posteriores ao término da Segunda Guerra Mundial (1939/45) que correspondem ao início da Guerra Fria (1945/91). Steglitz, região onde foi despachada a carta abaixo, estava localizada no sudoeste berlinense, área esta controlada pelos Estados Unidos. Tal como o resto do território alemão, a cidade de Berlim, após do fim da guerra na Europa, em maio de 1945, foi dividida em quatro zonas de ocupação aliadas: americana, britânica, francesa e soviética. Berlim foi o epicentro da Guerra Fria, um período tenso da história universal em que os EUA e a URSS disputaram a hegemonia mundial, sendo esta carta um dos seus vestígios.
Envelope circulado entre as cidades de Berlim (26/01/1952) e Porto Alegre (29/01/1952). Carta registrada e transportada pelo serviço de correio aéreo. Coleção: Wilson de Oliveira Neto.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Uma pausa para a Numismática.

Minha esposa e eu visitamos, no último dia 13, o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. O MHN foi criado em 1922, em um conjunto arquitetônico que compreendeu o antigo Forte de Santiago, na Ponta do Calabouço. Foi o melhor museu histórico que já visitei! Entre os itens expostos, o que mais gostei foi o seu acervo numismático, o maior da América Latina.
A postagem de hoje é uma pausa na Filatelia e a publicação das fotografias tiradas no interior do Museu e que têm como tema a coleção de moedas antigas do Brasil pertencentes ao acervo do MHN. O autor das fotografias é o meu cunhado Claudio Fernandes que, junto com sua esposa, Luciana Rafaela de Aguiar, acompanharam minha esposa, Juliana Francine de Aguiar, e eu durante a visita.

 
 
 
 

Finalizando... filatelia no MHN:
 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Surpresas deixadas pelo carteiro.

Eu gosto muito de receber correspondências, especialmente quando fico um bom tempo fora de casa e, quando retorno, encontro a minha caixa postal cheia de cartas e de avisos de chegada. Gostaria de agradecer aos amigos, listados abaixo, pelas cartas enviadas:
  • Bruno Paloma - aluno do Ensino Médio que encontra-se no México em intercâmbio. Muito obrigado pelo cartão postal de Teotihuacán;
  • Cernjul Viviana - filatelista argentina de Buenos Aires que mantém um excelente blogue sobre Filatelia. Muito obrigado pelo cartão e os selos mints da Argentina;
  • Ernesto Massami Tsuji (Motoka) - amigo filatelista do fórum Selos do Brasil. Muito obrigado pela amizade e pelo belo Zeppelin (o meu primeiro);
  • Timothy Finley (Timbres) - amigo filatelista estadunidense do fórum Selos do Brasil. Muito obrigado pela amizade e pela folha mint alusiva aos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) / Centenário das Olimpíadas modernas.




domingo, 6 de janeiro de 2013

Saarland.

Hoje, o Saarland corresponde a um dos dezesseis Estados que formam a República Federal da Alemanha. Situado no sudoeste alemão, a capital do Sarre, como também é conhecido em língua portuguesa, é a cidade de Saarbrücken. Entre o final da década de 1910 e 1935, o Saarland foi administrado pela Liga das Nações. Em primeiro de janeiro de 1935, após um plebiscito, a região voltou à Alemanha, conforme celebrou o bilhete postal desta postagem.
Bilhete postal circulado dentro da Alemanha entre as cidades de Saarbrücken (13/03/1935) e Munique - sem data de chegada registrada. Correspondência simples, encaminhada como "Impresso" ou Drucksache. Ao lado esquerdo do carimbo obliterador há uma franquia celebrando o retorno do Saar ao Estado alemão - "O Saar é alemão...". Acervo: Wilson de Oliveira Neto.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

História postal geral e do Brasil - 4.

Holocausto é o nome dado ao extermínio de aproximadamente seis milhões de judeus na Europa, entre 1933 e 1945. Esse processo foi conduzido por membros do regime nacional-socialista na Alemanha, em particular as SS. Porém, ele contou com a colaboração de países e populações aliadas dos alemães, como por exemplo, os lituanos e os ucranianos que habitavam a região do Ostland, as terras do Leste Europeu ocupadas por tropas da Alemanha, a partir dos anos iniciais da Segunda Guerra Mundial (1939/45). Um aspecto marcante do holocausto judeu foi a criação de guetos, como por exemplo, o da cidade de Lodz, na Polônia. Nesses locais, as comunidades judaicas eram reunidas e isoladas das demais populações locais (CARNEIRO, 2002; GILBERT, 2010).
Nesta postagem, transcrevemos trechos da obra de Martin Gilbert, O Holocausto (2010), em que o autor fornece informações sobre a história postal do Gueto de Lodz, entre 1941 e 1942, época em que funcionou um sistema de envio e recebimento de correspondências para os seus internos. De acordo com o autor:

"Desde novembro de 1941, as autoridades alemãs em Lodz haviam instituído um serviço postal judaico, para que cartões postais pudessem ser enviados para fora do gueto. Centenas de cartões foram escritos por residentes do gueto, endereçados a parentes e amigos na Polônia e na Tcheco-Eslováquia. Durante seis meses, até ser suspenso em 5 de junho de 1942, esse serviço postal deu aos habitantes do gueto uma sensação de segurança, de ligação com o mundo exterior. A maioria dos cartões que restaram nunca deixaram o gueto: neles estão sobreimpressas mensagens que indicam que os alemães não quiseram que chegassem a seus destinos. Essas impressões diziam: 'Escreva legível!', 'sujo!', 'ininteligível', ou 'hebraico, ídiche, idioma não permitido'" (GILBERT, 2010, p. 255-256).

Além disso:

"Alguns cartões, entretanto, chegaram ao seu destino. Oskar e Paula Stein, deportados de Praga para Lodz em outubro de 1941, escreveram três cartões para um parente em Praga. Todos chegaram ao destinatário. 'Mande-nos sempre que possível', dizia uma mensagem, 'a quantidade máxima permitida, porque necessitamos de dinheiro com urgência'. Um dos cartões enviados aos Steins, contudo, foi devolvido a Praga com uma anotação no carimbo: 'Devolução. No momento não há entrega de correio na rua do endereçado'" (Ibidem, p. 256).

Finalizando, é necessário fazer um pequeno esclarecimento. Quando o autor mencionou o envio de cartões postais, não se tratam de cartões postais comuns, ilustrados com fotografias e demais desenhos, mas de "bilhetes postais". Isto é, pequenos cartões usados para o envio de mensagens rápidas a um determinado destinatário. Na língua alemã, bilhete e cartão postais são denominados postkarte. Talvez, durante a pesquisa que deu origem ao seu livro, o historiador deve ter se deparado com essa palavra e, como o mesmo não é filatelista, acabou traduzindo como "cartões postais".
Área do Gueto de Lodz. Fonte: http://www.fold3.com/page/286160716_the_lodz_ghetto_1940_1944/

Referências:
CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Holocausto: crime contra a humanidade. São Paulo: Ática, 2002 (História em Movimento).
GILBERT, Martin. O Holocausto: história dos judeus da Europa na Segunda Guerra Mundial. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.