segunda-feira, 20 de abril de 2015

Joinville, vista parcial da cidade com porto.

O município de Joinville está localizado no nordeste de Santa Catarina, um dos três estados que formam a região sul do Brasil. Durante anos, um dos locais de acesso à cidade de Joinville foi um porto fluvial instalado às margens do rio Cachoeira, em um bairro chamado Bucarein. Há décadas que o transporte fluvial não existe mais em Joinville, porém ele foi, durante muito tempo, crucial para o transporte de mercadorias e pessoas de e para Joinville.

No "porto", foi inaugurado, em 1913, o prédio do Moinho Joinville, uma empresa fundada em 1910, pelos empresários locais Adbon Batista, Oscar Schneider e Domingos Rodrigues (MACHADO, 2014). O "Moinho", como é conhecido por diversas pessoas, foi uma importante empresa joinvilense. Lá, duas gerações da família do autor fizeram carreira profissional. Ao longo de cem anos de atividades, o Moinho Joinville esteve ligado aos seguintes grupos empresariais: SAMRIG, Santista e Bunge. Recentemente, a empresa Bunge Alimentos deixou as instalações do Moinho Joinville para as quais estão destinadas a construção de um "espaço multicultural", o que não ocorreu até o momento. Teme-se, portanto, pela preservação e pelo aproveitamento de um lugar permeado por memórias e histórias centenárias.

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Cartão postal não-circulado, produzido pela Paraná Cart, empresa paranaense fundada em 1950, a partir da Impressora Paranaense S.A. Segundo José Carlos Daltozo (2006), na época, a Paraná Cart era uma das maiores produtoras de cartões postais do Brasil. O título do postal é "Joinville, vista parcial da cidade com pôrto". O autor da fotografia que ilustra o cartão é o fotógrafo dinamarquês radicado em Blumenau, Hans Raun.

Fotografia com destaque para os prédios do Moinho Joinville, feita a partir da margem oposta do rio Cachoeira. Além do "Moinho", também foram retratados, da esquerda para a direita: o Colégio dos Santos Anjos, o antigo prédio da Mitra Diocesana, a Catedral de Joinville (em construção), o Clube Joinville (atual Nova Casa Sofia), a vigia do quartel do Corpo de Bombeiros Voluntários e a chaminé, provavelmente da indústria Wetzel.

Figura 1: vista parcial de Joinville, com destaque para o Moinho Joinville e a antiga zona portuária. Coleção: Wilson de Oliveira Neto.

Referências.

DALTOZO, José Carlos. Cartão postal: arte e magia. Presidente Prudente: Gráfica Cipola, 2006.
MACHADO, Nicácio Tiago. História enciclopédica de Joinville. Joinville: edição do autor, 2014.

sábado, 18 de abril de 2015

Cinquentenário da agência do Banco do Brasil em Joinville, Santa Catarina.

Esta postagem é uma contribuição ao estudo dos carimbos comemorativos lançados em Santa Catarina, cujo registro mais antigo atualmente conhecido é de 29 de novembro, de 1929, quando foi lançado um carimbo alusivo ao centenário da colonização alemã em Santa Catarina, conforme informa o sítio da Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina - AFSC.

O Banco do Brasil.

O Banco do Brasil foi fundado em 1808, no contexto da transferência do governo português de Lisboa (Portugal) para o Rio de Janeiro (RJ) e da regência do príncipe D. João. Trata-se de uma das mais antigas instituições bancárias em atividades no Brasil contemporâneo. No município de Joinville (SC), a primeira agência do Banco do Brasil foi aberta no dia 2 de janeiro, de 1919.

O carimbo que é tema desta postagem foi lançado durante as comemorações dos cinquenta anos da inauguração da primeira agência do Banco do Brasil em Joinville, fato este ocorrido em 2 de janeiro, de 1969. Ele contou com o apoio da Associação Filatélica de Joinville - AFJ, cujo nome também aparece no alto do carimbo. Vale lembrar, que na catalogação feita pela AFSC, há somente um carimbo comemorativo registrado no ano de 1969, alusivo a II FAINCO, realizada em Florianópolis, entre 13 e 28 de setembro, de 1969.

Figura 1: carimbo comemorativo alusivo ao cinquentenário da abertura da primeira agência do Banco do Brasil em Joinville, Santa Catarina. Joinville, 2 de setembro, de 1969. Coleção: Wilson de Oliveira Neto.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

São Bento do Sul, posto de combustível, Bar e Restaurante do Tony e posto da Auto Viação Serrana.

Cartofilia é o nome dado à reunião e ao estudo de cartões e bilhetes postais. Trata-se, de uma forma de colecionismo, tal como a Filatelia e a Numismática. Os primeiros cartões postais surgiram na Europa, durante a segunda metade do século 19, no contexto de difusão da fotografia. Portanto, a história dos "postais" também está relacionada à trajetória da fotografia (DALTOZO, 2006; KOSSOY, 2001).

Os cartões postais fazem parte de um conjunto de documentos históricos denominado "iconográfico" ou "iconográficos". Ou seja, eles fazem parte de uma tipologia de fontes visuais que auxiliam os historiadores na compreensão do passado. Além de documentos, os postais também possuem uma importância afetiva para as pessoas, pois, ao serem vistos, despertam as mais variadas lembranças e sensações.

Foi o que o autor percebeu quando publicou pela primeira vez o cartão postal a seguir, em um grupo fechado do Facebook, denominado "São Bento no Passado". Junto com as diversas informações o cenário retratado, lembranças curiosas e divertidas foram narradas, todas despertadas por uma imagem do passado, retratada em um cartão postal.

Descrição do documento.

Cartão postal não-circulado, que retrata uma esquina do Centro de São Bento do Sul, provavelmente, entre o final da década de 1940 e os anos de 1950. O lugar retratado corresponde hoje à rua Jorge Lacerda, esquina com o início do "calçadão". Na época, funcionava um posto de combustível, que pertenceu ao Sr. Wigando Diener, segundo recorda o memorialista e vereador são-bentense Edi Salomon.

Ao lado do posto aparecem dois ônibus da Auto Viação Serrana, cuja placa do seu posto de passageiros pode ser vista à esquerda da placa de identificação do Bar e Restaurante do Tony. A Auto Viação Serrana foi uma empresa que realizou o transporte de passageiros entre São Bento do Sul e Joinville. Edi Salomon informa que, ela pertenceu aos irmãos Alfredo e Wigando Diener. Mais tarde, a empresa foi vendida para a Autoviação Reunidas.

Já o Bar e Restaurante do Tony, inicialmente pertenceu a Antonio Treml. Mais tarde, segundo recorda o jornalista Henry Henkels, foi vendido a Armin Zulauf para, finalmente, se tornar propriedade de Affonso Treml, o célebre "Xerife", músico são-bentense e segundo maestro da centenária Banda Treml. O "Xerif's Bar", como era conhecido existiu até o falecimento de Affonso Treml, em 1980 (OLIVEIRA NETO, 2014).

Figura 1: frente do cartão postal. Coleção: Wilson de Oliveira Neto (Ex-Zastrow).

Referências.

DALTOZO, José Carlos. Cartão postal, arte e magia. Presidente Prudente: Gráfica Cipola, 2006.
KOSSOY, Boris. Fotografia & história. 2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
OLIVEIRA NETO, Wilson de. A Banda Treml: cem anos de música e história. Joinville: Editora Letradágua, 2014.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

De Auerbach in Vogtland para Lugano.

Descrição do documento.

Envelope circulado entre as cidades de Auerbach in Vogtland (Alemanha, 23/09/1944) e Lugano (Suíça - sem data de chegada registrada). Carta simples, cuja franquia isolada de 25 centavos de Marcos (Mi. 793) corresponde ao valor do porte para cartas internacionais com até 20 gramas de peso, conforme estabeleceu a tabela de dezembro, de 1933 (MICHEL, 2014).

Correspondência aberta pelo serviço de censura postal alemão, conforme indicam os carimbos numéricos de censores aplicados sobre a frente do envelope (5783 / 7202 / 715?), assim como a fita parda usada para lacrar o envelope após a verificação do seu conteúdo e o carimbo de censura aplicado mecanicamente sobre o seu verso ("Ad"). Esta marca revela que a correspondência foi censurada na cidade de Munique (Alemanha). Em particular, as cartas enviadas da Alemanha para a Suíça, como é o caso desta postagem, a partir de 1943, passaram a ser censuradas em Munique e a receber o carimbo "Ad" (LANDSMANN, 2008).

Figura 1: frente do envelope. Coleção: Wilson de Oliveira Neto (ex-Bernardi).

Figura 2: detalhe ampliado do verso do envelope, onde aparecem a fita para lacre e o carimbo de censura "Ad" aplicado mecanicamente. Coleção: Wilson de Oliveira Neto (ex-Bernardi).

Referências:

LANDSMANN, Horst. Die zensur von Zivilpost in Deutschland im 2. Weltkrieg. Norderstedt: Book on Demand GmbH, 2008.
MICHEL. Deutschland-spezial 2014. Band 1:1849 bis April 1945. 44. ed. München: Schwaneberger Verlag GmbH, 2014.

Agradecimentos:

O autor deseja agradecer dois filatelistas que contribuíram para a redação desta postagem: o colecionador e estudioso de História Postal Acácio Luz (Portugal) e o filatelista Christian Bernardi (Bahia).