Cartofilia é o nome dado à reunião e ao estudo de cartões e bilhetes postais. Trata-se, de uma forma de colecionismo, tal como a Filatelia e a Numismática. Os primeiros cartões postais surgiram na Europa, durante a segunda metade do século 19, no contexto de difusão da fotografia. Portanto, a história dos "postais" também está relacionada à trajetória da fotografia (DALTOZO, 2006; KOSSOY, 2001).
Os cartões postais fazem parte de um conjunto de documentos históricos denominado "iconográfico" ou "iconográficos". Ou seja, eles fazem parte de uma tipologia de fontes visuais que auxiliam os historiadores na compreensão do passado. Além de documentos, os postais também possuem uma importância afetiva para as pessoas, pois, ao serem vistos, despertam as mais variadas lembranças e sensações.
Foi o que o autor percebeu quando publicou pela primeira vez o cartão postal a seguir, em um grupo fechado do Facebook, denominado "São Bento no Passado". Junto com as diversas informações o cenário retratado, lembranças curiosas e divertidas foram narradas, todas despertadas por uma imagem do passado, retratada em um cartão postal.
Descrição do documento.
Cartão postal não-circulado, que retrata uma esquina do Centro de São Bento do Sul, provavelmente, entre o final da década de 1940 e os anos de 1950. O lugar retratado corresponde hoje à rua Jorge Lacerda, esquina com o início do "calçadão". Na época, funcionava um posto de combustível, que pertenceu ao Sr. Wigando Diener, segundo recorda o memorialista e vereador são-bentense Edi Salomon.
Ao lado do posto aparecem dois ônibus da Auto Viação Serrana, cuja placa do seu posto de passageiros pode ser vista à esquerda da placa de identificação do Bar e Restaurante do Tony. A Auto Viação Serrana foi uma empresa que realizou o transporte de passageiros entre São Bento do Sul e Joinville. Edi Salomon informa que, ela pertenceu aos irmãos Alfredo e Wigando Diener. Mais tarde, a empresa foi vendida para a Autoviação Reunidas.
Já o Bar e Restaurante do Tony, inicialmente pertenceu a Antonio Treml. Mais tarde, segundo recorda o jornalista Henry Henkels, foi vendido a Armin Zulauf para, finalmente, se tornar propriedade de Affonso Treml, o célebre "Xerife", músico são-bentense e segundo maestro da centenária Banda Treml. O "Xerif's Bar", como era conhecido existiu até o falecimento de Affonso Treml, em 1980 (OLIVEIRA NETO, 2014).
Figura 1: frente do cartão postal. Coleção: Wilson de Oliveira Neto (Ex-Zastrow).
Referências.
DALTOZO, José Carlos. Cartão postal, arte e magia. Presidente Prudente: Gráfica Cipola, 2006.
KOSSOY, Boris. Fotografia & história. 2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
OLIVEIRA NETO, Wilson de. A Banda Treml: cem anos de música e história. Joinville: Editora Letradágua, 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário