sexta-feira, 29 de junho de 2012

Material para troca 3.

Ofereço para troca um pequeno lote de 90 selos alemães perfurados (perfins) emitidos entre o início do século 20 e a década de 1920. Embora as perfurações estejam em bom estado, muitos dos selos estão com os seguintes problemas:
  1. Falhas nos picotes;
  2. Obliterações borradas.
Os filatelistas interessados poderão entrar em contato através dos comentários ou por e-mail, cujo endereço está disponível no meu perfil.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

XIV Jogos Olímpicos de Verão (Londres, 1948).

Pela terceira vez a cidade de Londres sediará uma Olimpíada. A primeira foi em 1908 e a segunda em 1948. Entre os dia 27 de julho e 12 de agosto de 2012, a capital inglesa sediará o mais importante evento esportivo do mundo. Espero que o Brasil tenha um bom desempenho no evento e quebre o recorde de medalhas de ouro obtido durante os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Na ocasião, a delegação brasileira faturou cinco medalhas de ouro.

Os Jogos do pós-guerra.

As Olimpíadas de 1948 ocorreram entre 29 de julho e 14 de agosto. Mesmo ainda sentindo os reflexos dos ataques aéreos alemães, desferidos durante a Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos de Londres foram bem sucedidos. Participaram 59 países e um total de 4.104 atletas que disputaram 17 modalidades esportivas.
O correio inglês emitiu uma série de selos postais em quatro valores, lançada durante o dia em que os Jogos foram iniciados, em 29 de julho (SCOTT, 2008). A peça filatélica desta postagem é um envelope de primeiro dia (First Day Cover) obliterado na agência postal do Estádio Olímpico de Wembley. Ao lado do carimbo obliterador, à direita do mesmo, há uma flâmula em que aparecem os cinco aneis olímpicos. Já o selo fixado junto ao envelope é o primeiro valor da série de 29 de julho, 2 1/2 Pences.
Envelope de Primeiro Dia (First Day Cover / FDC) inglês alusivo à série de selos postais comemorativos referente aos Jogos Olímpicos de Londres. A data registrada no envelope corresponde ao dia em que ocorreu a cerimônia de abertura dos Jogos. Embora tenha sido datilografado um destinatário e um endereço no FDC acima, é bem provável que o mesmo não tenha circulado, já que não apresenta obliteração de chegada no destino (Cuba), nem cinderela ou marca postais que informam o meio através do qual o mesmo foi transportado de Londres para Havana. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.

Referência:

SCOTT PUBLISHING CO. 2008 Standard postage stamp catalogue: volume 3 - countries of the world G - I. Sidney: Scott Publishing CO, 2007.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mancolista / Wantlist.

A participação brasileira na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi simbólica. O Brasil entrou no conflito em 1917, ao lado dos Aliados (liderados pela França, Grã-Bretanha e Estados Unidos). Contudo, há inúmeros registros filatélicos a respeito dos reflexos da Primeira Guerra Mundial no país.

Procura-se uma marca postal.

Em 1917 (?), o Correio da cidade mineira de Barbacena emitiu um carimbo de propaganda cívica que foi aplicado sobre suas correspondências. Segundo informa Nino Aldo Códa (1941), tratava-se de um carimbo de borracha, em formato oval, sem datação e aplicado com tinta verde.
A seguir, uma imagem do mesmo:
 
"Ás armas, brazileiros! Defendamos nossa Patria (Correio de Barbacena)". Fonte: Códa (1941).

PROCURO POR ENVELOPES CIRCULADOS OU FRAGMENTOS QUE POSSUAM ESSE CARIMBO APLICADO. POSSO COMPRAR OU TROCAR POR SELOS E DEMAIS DOCUMENTOS POSTAIS BRASILEIROS OU ESTRANGEIROS. OS INTERESSADOS PODERÃO ENTRAR EM CONTATO ATRAVÉS DESTE BLOGUE.

Referência:
CÓDA, N. A. Contribuição ao estudo dos carimbos. Rio de Janeiro: FILATIP, 1941. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Olympiafahrt 1936.

Recebi hoje, dia 21/06, uma encomenda que estava tirando o meu sono: um bilhete postal (postkarte) alemão que foi transportado pelo dirigível LZ 129 - Hindenburg, durante a "viagem olímpica", em 01/08/1936, quando da abertura dos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim, Alemanha. Trata-se de um peça filatélica altamente histórica, vestígio de um evento esportivo que foi um divisor de águas na história das Olimpíadas modernas (MAYER, 1974).

Uma cerimônia para "ficar" na história.

A partir da nomeação de Adolf Hitler (1889-1945) para o cargo de Chanceller, em janeiro de 1933, o governo alemão não poupou recursos para tornar os XI Jogos Olímpicos de Verão um espetáculo esportivo jamais visto, a começar pela sua cerimômia de abertura, ocorrida no dia 01/08/1936. Realizada no recém-inaugurado Estádio Olímpico de Berlim, ela contou com diversas performances, entre as quais se destaca o voo do LZ 129 sobre o mesmo minutos antes da chega de Hitler ao estádio (ABRIL COLEÇÕES, 2009).
O dirigível partiu de Frankfurt am Main e, após sobrevoar o Estádio Olímpico, pousou no Aeroporto Central de Berlim, por volta das 16 horas da tarde. Uma grande quantidade de correspondência foi transportada nessa viagem, sendo o bilhete postal abaixo parte da mala postal transportada durante o Olympiafahrt.
Bilhete postal circulado entre Frankfurt am Main (01/08/1936) e Wiesbaden, com carimbo de trânsito pelo Aeroporto Central de Berlim (01/08/1936). Abaixo desse, encontra-se, em roxo, a marca postal especial alusiva à "viagem olímpica" do dirigível LZ 129 - Hindenburg. Os selos aplicados no postkarte somam um total de Rpf. 50 - valor este correspondente ao porte para esse tipo de correspondência. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.

Referências:
ABRIL COLEÇÕES. 1919-1939: Hitler desafia a ordem mundial. São Paulo: Abril Coleções, 2009 (Coleção 70o. Aniversário da II Guerra Mundial; v. 1).
MAYER, S. L. A política no esporte. In: HOLMES, J. Olimpíada - 1936: glória do Reich de Hitler. Rio de Janeiro: Renes, 1974 (História Ilustrada da 2a. Guerra Mundial: conflito humano; v. 3). 

domingo, 17 de junho de 2012

Guerras e revoluções brasileiras: o Batalhão Suez.

O envelope circulado a seguir é a minha última aquisição para a coleção temática que desenvolvo sobre as guerras e revoluções ocorridas no Brasil ou com as quais este país envolveu-se durante o século 20. Eu o obtive através da Filatelia 77 - aliás, cabe aqui reconhecer o ótimo atendimento desta casa filatélica paulista.

Brasileiros no deserto.

Entre os anos de 1957 e 1967, o Exército Brasileiro participou da primeira força de paz organizada pela ONU, conhecida como Força de Emergência das Nações Unidas I (FENU I ou UNEF - em inglês). Ela foi organizada no contexto da nacionalização do Canal de Suez (Egito), em 1956, e dos conflitos militares decorrentes. Junto com tropas do Canadá, da Colômbia, da Dinamarca, da Finlândia, da Índia, da Indonésia, da Iugoslávia, da Noruega e da Suécia, o Brasil auxiliou no patrulhamento da zona do Canal de Suez, localizada na península do Sinai. O contingente brasileiro ficou conhecido como Batalhão Suez, sendo a sua chegada na região ocorrida no dia 4 de fevereiro de 1957, sob o comando do Tenente-Coronel Iralício de Figueiredo Pessoa. A cada sete meses, os efetivos do Batalhão Suez foi renovado. Em 8 de junho de 1967, os últimos militares do Batalhão Suez deixaram a região e retornaram ao Brasil a bordo do navio sueco "Timmerland". Em dez anos de participação da FENU I, serviram nas areias do deserto do Sinai aproximadamente 6.300 militares brasileiros, herois anônimos de um capítulo pouco divulgado da história do Brasil.
Envelope circulado entre o Quartel General do Batalhão Suez (Egito) e a cidade de Marília (17/02/1962). Tal como em uma típica correspondência militar de campanha, não há selo postal fixado no envelope e as obliterações aplicadas sobre o mesmo não indicam o local e a data de envio. Contudo, é possível observar um carimbo de trânsito pelo Distrito Federal (15/02/1962) antes da carta chegar ao seu destino, uma certa jovem Marily. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.
Verso do mesmo envelope. Além da identidade do remetente, um homem chamado Rolf, podemos ver as marcas postais aplicadas no Egito pelo Serviço Postal do Batalhão Suez e o carimbo de chegada em Marília, destino desta carta. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.
O Canal de Suez, o epicentro de um dos mais importantes conflitos do Oriente Médio contemporâneo. Fonte: Enciclopédia Barsa.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

"We say: yes Saddam".

O colecionismo filatélico é uma janela para o mundo, na medida em que, através dos selos postais, entramos em contatos com novas cultuas, novas histórias e novas pessoas. Durante muito tempo eu mantive correspondência com diversos colecionadores localizados em vários países, com o objetivo de trocarmos selos e demais documentos ligados à comunicação postal. A partir de hoje, dia 15/06, eu passo a publicar os envelopes que fazem parte da minha coleção pessoal de correspondências. Para tanto, inicio com a publicação de um envelopes que recebi de Bagdá (Iraque), em 16 de outubro de 1998. Na ocasião, esse país encontrava-se sob o governo de Saddam Hussein e, em virtude da Primeira Guerra do Golfo (1990), sofria um forte embargo econômico. A precariedade da economia iraquiana do final dos anos noventa do século passado reflete na má qualidade dos seus selos postais emitidos, alguns dois quais aplicados na correspondência abaixo, com um forte teor de propaganda política pró-Saddam Hussein.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O que ocorreu com as cartas que foram vetadas pela censura?

Os envelopes censurados são documentos postais valorizados pelos filatelistas. No Brasil, a prática da censura postal foi iniciada, oficialmente, durante a Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918. Para um leigo, geralmente, chama a atenção os aspectos visíveis da censura postal, ou seja, as etiquetas e as marcas postais usadas pelos censores durante o trabalho de checagem dos conteúdos das correspondências.
Contudo, o que ocorreu com as cartas que eram vetadas pela censura e enviadas para os seus remetentes? Roberto João Eissler (2005) explica que, no contexto brasileiro da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as correspondências, cujos conteúdos foram vetados pela censura postal foram devolvidas aos seu remetentes e no interior dos envelopes, foram anexados formulários que explicaram as razões para este procedimento. O catálogo Meinffert (2001) é rico exemplos desses documentos empregados pelo censores brasileiros durante o século passado.
Na Alemanha do pós-guerra, a prática da censura postal existiu por muito tempo. As imagens a seguir, mostram três exemplos de formulários que eram anexados no interior das cartas que eram vetadas pelos censores e enviadas de volta para os seus respectivos remetentes.  Obtive esses documentos com o saudoso filatelista e comerciante filatélico joinvilense Wolfgang H. Kohls há uns dez anos, aproximadamente. Na época, ele contou-me que muitas das correspondências dele foram vetadas pela censura postal aliada, durante os anos posteriores ao término da Segunda Guerra Mundial.


Referências:
EISSLER, João Roberto. Correspondências censuradas no Brasil durante a 2a. Guerra Mundial. A filatelia brasileira, n. 3, p. 15-18, jun. 2005.
MEIFFERT, Jürgen. Zensurpost in Brasilien: katalog der Zensur - und Prüferstempel, Verschlusszettel und Zensur-Beanstandungszettel 1917-1964. Verlag Karlheinz Wittig, 2001.

sábado, 2 de junho de 2012

De Willemstad para Joinville.

A prática da censura postal foi comum e legítima durante a época das guerras mundiais. Também pudera, através das cartas e mesmo da filatelia, informações poderiam ser buscadas pelo inimigo, logo todo o cuidado era pouco (BRAGA, 1997). O colecionismo filatélico brasileiro é rico em exemplos dessa prática, cujas primeiras manifestações oficiais no Brasil remontam a Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1915 (PORTO Jr., 2008).
O envelope a seguir é do período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Enviado de Curação para o Brasil, ele foi aberto e seu conteúdo checado pelo serviço de censura postal de Curação, quando do seu despacho para o Brasil. Na ocasião, Curação pertencia à Holanda que, encontrava-se sob ocupação militar alemã. Em 1943, ano em que o envelope foi enviado, o Brasil já estava em estado de guerra contra a Alemanha e a Itália. Creio que foi a partir dessas circunstâncias que a carta foi censurada.
Para finalizar, cabe aqui um breve esclarecimento a respeito de como que eu obtive este envelope. Trata-se da minha primeira peça filatélica censurada, comprada em 1999 do saudoso filatelista e comerciante filatélico joinvilense Wolfgang H. Kohls.
Envelope circulado entre Willemstad (29/12/1943) e Joinville (08/01/194[4]). Correspondência registrada e censurada quando do seu envio para o Brasil. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.
Verso do mesmo envelope, sobre o qual é possível ver o carimbo de chegada ao município de Joinville, a fita de papel timbrado com a qual o censor lacrou o envelope após a verificação do seu conteúdo e, finalmente, o número do mesmo, "13". Nas correspondências censuradas, a identidade dos censores era mantida em sigilo. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.

Referências:
FARIA BRAGA, G. H. Filatelia, guerra e espionagem. Brasil filatélico, Rio de Janeiro, v. 65, n. 222, p. 4-10, dez. 1997.
PORTO Jr., R. Censura postal em correspondências brasileiras durante o período da Primeira Guerra Mundial. A filatelia brasileira, n. 10, p. 17-24, dez. 2008.