quinta-feira, 7 de junho de 2012

O que ocorreu com as cartas que foram vetadas pela censura?

Os envelopes censurados são documentos postais valorizados pelos filatelistas. No Brasil, a prática da censura postal foi iniciada, oficialmente, durante a Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918. Para um leigo, geralmente, chama a atenção os aspectos visíveis da censura postal, ou seja, as etiquetas e as marcas postais usadas pelos censores durante o trabalho de checagem dos conteúdos das correspondências.
Contudo, o que ocorreu com as cartas que eram vetadas pela censura e enviadas para os seus remetentes? Roberto João Eissler (2005) explica que, no contexto brasileiro da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as correspondências, cujos conteúdos foram vetados pela censura postal foram devolvidas aos seu remetentes e no interior dos envelopes, foram anexados formulários que explicaram as razões para este procedimento. O catálogo Meinffert (2001) é rico exemplos desses documentos empregados pelo censores brasileiros durante o século passado.
Na Alemanha do pós-guerra, a prática da censura postal existiu por muito tempo. As imagens a seguir, mostram três exemplos de formulários que eram anexados no interior das cartas que eram vetadas pelos censores e enviadas de volta para os seus respectivos remetentes.  Obtive esses documentos com o saudoso filatelista e comerciante filatélico joinvilense Wolfgang H. Kohls há uns dez anos, aproximadamente. Na época, ele contou-me que muitas das correspondências dele foram vetadas pela censura postal aliada, durante os anos posteriores ao término da Segunda Guerra Mundial.


Referências:
EISSLER, João Roberto. Correspondências censuradas no Brasil durante a 2a. Guerra Mundial. A filatelia brasileira, n. 3, p. 15-18, jun. 2005.
MEIFFERT, Jürgen. Zensurpost in Brasilien: katalog der Zensur - und Prüferstempel, Verschlusszettel und Zensur-Beanstandungszettel 1917-1964. Verlag Karlheinz Wittig, 2001.

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