No último dia 21 de fevereiro, foi comemorado o aniversário de 74 anos da tomada de Monte Castello por efetivos da 1a. Divisão de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira - FEB.
Ao avaliar a tomada de Monte Castello, o brasilianista Frank D. McCann (1993, p. 277) concluiu que:
"[...] sem dúvida nenhuma, muito foi feito em Monte Castelo pelos febianos e pelos militares brasileiros. Para eles, o engajamento bem-sucedido teve grande importância simbólica. Sua participação na conquista de Belvedere-Castelo convenceu os brasileiros de que eles estavam à altura da tarefa a que tinham se lançado [...]. O fato é que a FEB e a 10a. Divisão de Montanha dos Estados Unidos foram efetivas na operação conjunta que desalojou os alemães de elevações importantes, permitindo, assim, que a ofensiva de primavera fosse desencadeada. Se uma das divisões tivesse falhado, a ofensiva teria sido adiada".
Atualmente, é praticamente consenso entre os autores da literatura histórica sobre a FEB, que sua criação e envio ao T.O. italiano foram resultados de uma iniciativa brasileira.
"[...] a FEB foi uma ideia brasileira, que resultou de um plano deliberado do governo Vargas e não de uma manobra americana para envolver o Brasil diretamente em combate", explica McCann (1993, p. 270). Para Vagner Camilo Alves (2006), apesar da FEB ter envolvido instituições e pessoas de diversas procedências e países, foi Getúlio Vargas (1882-1954) quem "bateu o martelo" para sua criação.
Uma justa homenagem.
Em Santa Catarina, inúmeros cidadãos-soldados serviram na FEB e participaram de operações de guerra significativas, a exemplo da tomada de Monte Castello. A experiência militar brasileira na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), através da FEB, faz parte das memórias familiares e municipais no estado.
Em outubro de 2018, o Clube Filatélico Brusquense homenageou os ex-combatentes de Brusque e região, através da emissão de um belo selo postal personalizado. Trata-de de uma emissão de 1. Porte Nacional para Cartas Comerciais, ilustrada com o emblema da FEB, "cobra fumando", tendo ao fundo, um mapa do T.O. italiano, com destaque para as regiões de Monte Castello e Montese, cidade esta em que ocorreu o combate urbano que resultou no maior número de baixas entre os combatentes brasileiros.
A emissão foi acompanhada por uma belíssima folhinha filatélica produzida pelo Clube Filatélico Brusquense (figura 1) sobre a qual foi fixado um exemplar do selo postal personalizado, "amarrado" com um carimbo datador de 29 de outubro de 2018, da Agência Central de Brusque.
Figura 1: frente da folhinha comemorativa. Coleção Wilson de Oliveira Neto.
Já o verso da folhinha, figura 2, foi ilustrada com o emblema da "cobra fumando" sobre o qual foram listados dos ex-combatentes de Brusque e região, um total de 48 pessoas, muitas das quais descendentes de alemães e italianos, como sugerem os sobrenomes "Bianchessi", "Maestri", "Moritz" ou "Stoll", além dos brasileiros "Gonzaga" e "Oliveira".
Figura 2: verso da folhinha comemorativa. Coleção Wilson de Oliveira Neto.
Referências.
ALVES, Vagner Camilo. Armas e política: o Exército e a constituição da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Anais do 30. Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 24-28 out., 2006, p. 1-21.
McCANN, Frank D. A Força Expedicionária Brasileira na Campanha da Itália (1944-1945). In: SILVEIRA, Joel; MIRTKE, Tássilo (orgs,). A luta dos pracinhas: a FEB 50 anos depois, uma visão crítica. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1993.
Muito bom Wilson, belo trabalho e homenagem aos nossos verdadeiros heróis. Abraço Paulo Ananias.
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