sábado, 29 de agosto de 2020

Síntese histórica e filatélica sobre a censura postal na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, parte 3.

Tal como em outros países, a exemplo do Brasil, a censura postal alemã praticada durante a Segunda Guerra Mundial gerou uma ampla tipologia de marcas postais.

Carimbos, marcas postais ou obliterações.

Em sua síntese sobre a Filatelia, Raymundo Galvão de Queiroz explica que, essencialmente, os carimbos têm a função de obliterar um selo postal aplicado sobre uma correspondência. Isto é, inutilizá-lo de tal forma que o impeça de ser reutilizado [1].

Ainda em Queiroz, as marcas postais são anteriores ao surgimento do próprio selo postal. De acordo com esse autor, ao longo do período "pré-adesivo", os carimbos existentes tiveram como função identificar a origem da correspondência despachada [2].

A partir do surgimento do selo postal e do desenvolvimento dos sistemas postais modernos, ocorreu a multiplicação e a diversificação dos carimbos, cujas funções foram além da obliteração. Para o colecionismo filatélico, esse fato deu origem à Carimbologia, também conhecida como Marcofilatelia ou Marcofilia.

"Marcofilatelia é o ramo da Filatelia que se dedica ao estudo da coleção de carimbos desde a época anterior ao selo", define Gehisa Saldanha [3].

Carimbos manuais e mecânicos.

Basicamente, a carimbologia acerca da censura postal alemã praticada durante a Segunda Guerra Mundial pode ser dividida em dois conjuntos: carimbos manuais e carimbos mecânicos [4].

Existiram dois tipos básicos de carimbos manuais, a a saber:

1. Carimbos circulares aplicados com tintas em tons de vermelho ou rosa com as armas da Alemanha e as seguintes informações escritas: Oberkommando der Wehrmacht (Estado-Maior das Forças Armadas, em uma tradução livre para o português) e Geprüft (Examinado). Esse tipo de carimbo poderia vir ou não acompanhado de uma letra do alfabeto latino que indicava o escritório de censura em que o exame da correspondência foi realizado (figura 1).


Figura 1: detalhe de um envelope circulado que foi examinado pela censura postal alemã no escritório de censura localizado na cidade de Berlim, Alemanha, conforme revela a letra "b"  visível tanto no carimbo quanto na fita de lacre. Coleção do autor.

Ainda sobre esse tipo de carimbo, a partir do final de 1944, a censura postal alemã se tornou responsabilidade das SS. Em consequência, essa marca postal sofreu uma pequena alteração: o nome Oberkommando der Wehrmacht foi trocado por Zensurstelle (Escritório de Censura, em uma tradução livre para o português) [5].

2. Carimbos circulares aplicados com tintas em tons de vermelho ou rosa, além de preto, sobre correspondências que não foram abertas pelos censores, cuja composição era formada pela letra "A" maiúscula seguida por uma letra minúscula que indicava o escritório de censura pelo qual a correspondência passou. A letra "A" significava Auslands-Briefprüfstelle (Escritório de Exame de Cartas Estrangeiras, em uma tradução livre para o português) [6] (figura 2).


Figura 2: exemplo de carimbo de censura "tipo sigla" aplicado sobre um envelope circulado entre as cidades de Lorch (Alemanha) e Madrid (Espanha), em 1944. O carimbo "A.d." indica que esta carta passou pelo Escritório de Exame de Cartas Estrangeiras localizado na cidade de Munique, Alemanha. Coleção do autor.

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O processo de censura postal na Alemanha foi dinamizado com a introdução de carimbos aplicados mecanicamente. Como nos carimbos manuais, também existiram diversos tipos, que eram impressos com desenhos, escritos e cores diferentes, cuja listagem, descrição e análise serão feitas na próxima postagem desta série.

Notas:

[1] - QUEIROZ, R. G. (1984) - O que é Filatelia. Brasiliense. São Paulo, p. 58.
[2] - Ibidem,  p. 59.
[3] - SALDANHA, G. (1981) - Tudo sobre selos. Ediouro. Rio de Janeiro, p. 41.
[4] - THE GERMAN postal system and nazi propaganda. s.n.t., p. 8-9.
[5] - Ibidem, p. 9.

domingo, 16 de agosto de 2020

Outros colecionismos: os recordatórios, parte 1.

A Filatelia foi a minha porta de entrada para outros colecionismos, especialmente de itens ligados à  Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945).

Além de selos e demais documentos postais relacionados ao conflito, eu também coleciono cartões postais, cédulas e moedas militares, fotografias, periódicos e recordatórios. 

Aliás, foi através das fotografias que coleciono, que surgiu o projeto que resultou na minha Tese de Doutorado em Comunicação e Cultura, que defendi no começo deste ano (2020) na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - ECO/UFRJ.

Os recordatórios.

Observe atentamente a imagem a seguir:

Figura 1: frente de um recordatório. Coleção do autor.

Legal, né? Você já conhecia esse tipo de impresso?

Trata-se da frente do recordatório do Cabo Josef Bleitzhofer, que serviu em um Regimento de Artilharia da força terrestre alemã, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele nasceu em 12 de fevereiro de 1910 e morreu lutando na Frente Oriental (Rússia), em 3 de fevereiro de 1944, próximo do seu aniversário de 34 anos de idade.

Mas, o que é um recordatório?

O recordatório é uma forma impresso acerca de alguém que faleceu. Ele faz parte das tradições católicas alusivas à morte e à salvação da alma de quem morreu. Quando  uma pessoa morre, é costume a família enlutada oferecer uma espécie de recordação do falecido após seu sepultamento ou sua missa fúnebre. Também é comum enviar em resposta à uma carta de condolências recebida.

Do ponto de vista católico, o recordatório é uma forma dos vivos contribuírem com a expiação dos pecados, da passagem pelo Purgatório e, finalmente, pela salvação da alma de uma pessoa morta.

A importância de recordar.

"Como regra, os recordatórios recebidos são colocados no livro de orações para que os mortos sejam sempre lembrados e uma oração especial seja dedicada a eles quando vai à Igreja" [1].

Afinal, como ensina o historiador francês Jacques Le Goff, a memória e a história são fundamentais no Judaísmo e no Cristianismo, as chamadas religiões de recordação. Para o Cristianismo, o ensino é memória e o culto é recordação [2].

Ainda em Le Goff, na Cristandade, o templo é um lugar de memória, dentro do qual ocorrem diversos rituais de recordação [3], sendo os recordatórios um dos seus meios.

Notas:

[1] - http://wiki-de.genealogy.net/Totenzettel.

[2] - LE GOFF, J. (1996) - História e memória. Editora UNICAMP. Campinas, p. 443.

[3] - Ibidem, p. 449.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Síntese histórica e filatélica sobre a censura postal na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, parte 2.

Sem mais delongas, vamos direito ao assunto e dar sequência ao resumo histórico e filatélico da prática da censura postal na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial.

Uma censura rigorosa.

A prática da censura postal na Alemanha foi criteriosa, apesar de, quantitativamente, ser realizada por meio de amostragem, conforme foi mencionado na postagem anterior. Foram alvos da censura correspondência remetidas ou destinadas à Alemanha, assim como correspondências que tiveram trânsito pelo território alemão [1].

A figura a seguir, é um exemplo de censura realizada em uma correspondência em trânsito pela Alemanha. Trata-se, de um bilhete postal circulado entre as cidades de Zurique (Suíça, 17/V/1943) e Londres (Grã-Bretanha - sem data de chegada registrada).

Figura 1: frente do bilhete postal com destaque para os carimbos de censura e censor. Coleção do autor.

O bilhete postal foi transportado pelo serviço de correio aéreo. É certo que o avião que transportava a mala postal em que "viajava" o bilhete fez uma escala em Berlim, onde suas correspondências foram interceptadas e verificadas pelo Escritório de Censura localizado na capital alemã, conforme revela a letra "b" presente no carimbo de censura alemão aplicado sobre o próprio bilhete.

Se isso não bastasse, em Londres, o bilhete postal sofreu uma nova verificação, desta vez, pelo serviço de censura postal britânico, como é possível confirmar por meio do carimbo de censor aplicado próximo ao selo postal fixado sobre o canto superior direito do bilhete.

Contudo, não sabemos se isso ocorreu na Alemanha ou na Grã-Bretanha, mas aquela "mancha" azul que aparece no canto esquerdo do bilhete postal foi um contrastante que foi passado para descobrir se havia alguma mensagem secreta, redigida com "tinta simpática", ou seja, uma tinta invisível.

Para a sorte da "querida" senhora Heldmann, destinatária, que na época morava em algum lugar do bairro londrino de Bridge Lane, o bilhete postal foi liberado pelos dois serviços de censura postal.

Mas, quais eram as razões para uma correspondência não ser aprovada pelos censores e ser devolvida ao remetente?

Uma lista de razões.

As correspondências que não eram aprovadas pelos censores eram devolvidas ao remetente, "zurück". Dentro do envelope cujo conteúdo foi reprovado, ia uma ficha com uma lista de itens, sendo um (ou mais) marcado pelo censor e que servia de justificativa para o retorno da correspondência ao remetente [2].

Poderiam ser devolvidas ao remetente correspondências escritas em idiomas artificiais ou secretos; em hebraico ou iídiche; com enigmas ou jogos, como por exemplo, caça-palavras. O rigor dos censores nas correspondências dos Campos de Concentração e dos Guetos era maior, sendo obrigatório o uso escrito da língua alemã tanto para as correspondências remetidas quanto para as correspondências recebidas [3].

Notas:

[2] - Ibidem.
[3] - Ibidem.

domingo, 2 de agosto de 2020

Síntese histórica e filatélica sobre a censura postal na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, parte 1.

A prática da censura postal é um aspecto recorrente na história de diversos países, entre os quais o Brasil. Conforme o estudo realizado por Jürgen Meiffert, o controle exercido por autoridades públicas civis e militares sobre os conteúdos circulados através das comunicações postais no Brasil ocorreu sistematicamente de 1917 a 1972 e teve como pano de fundos os diversos conflitos políticos e militares que afetaram Estado brasileiro ao longo do século XX [1].

É comum associar a censura postal aos regimes políticos autoritários ou mesmo "totalitários", a exemplo dos fascismos históricos na Europa ou das ditaduras de caráter personalista na América Latina, tais como o Estado Novo brasileiro (1937 - 1945).

Contudo, para a História Militar, a censura postal foi um instrumento importante na luta contra a espionagem em tempo de guerra, uma vez que, através das comunicações postais, informações de importância tática ou estratégica para o inimigo poderiam ser coletadas e/ou enviadas.

A Segunda Guerra Mundial.

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar internacional que ocorreu entre 1939 e 1945. Ela foi protagonizada por duas coalizões de países: os Aliados, liderados pelos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e União Soviética; o Eixo, cujos líderes foram a Alemanha, Itália e Japão. A Segunda Guerra Mundial teve um caráter de guerra total, que envolveu praticamente a totalidade dos recursos humanos e materiais dos países beligerantes envolvidos, que lutaram em operações militares nos oceanos e em diversos teatros de operações localizados na África, Ásia e Europa [2].

Todos os países que se envolveram com a Segunda Guerra Mundial, sejam eles democracias ou ditaduras, praticaram a censura em correspondências civis e militares [3].

A censura postal na Alemanha.

Nos contextos do regime nacional-socialista (1933 - 1945) e da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), a prática da censura postal militar ocorreu entre 1940 e 1945, sendo instituída oficialmente entre abril e maio de 1940 [4].

A censura postal alemã teve duas "naturezas": civil, ligada ao serviço aduaneiro do governo alemão, cujo início ocorreu antes do desencadeamento da Segunda Guerra Mundial; militar, subordinada ao Estado-Maior das Forças Armadas (Oberkommando der Wehrmacht) [5].

A figura a seguir, exibe o detalhe do verso de um envelope circulado entre as cidades de Munique (Alemanha, 13/IV/1937) e Fort Washington, nos Estados Unidos, com trânsito por Bremen (Alemanha, 14/IV/1937) onde seu conteúdo foi verificado pela censura postal da Aduana alemã, fato este evidenciado pela fita de lacre usada pelo censor após a conclusão da sua inspeção.

Figura 1: detalhe do verso de um envelope censurado pela Aduana alemã em 1937. Coleção do autor.

Já na figura seguinte, o detalhe de uma fita de lacre usada após a censura em um envelope alemão de 1943, realizada por um censor militar alemão, cujo número "28?" aparece parcialmente sob a fita. A letra "e" que aparece tanto na fita quanto o carimbo de censura revela que a operação foi realizada no escritório de censura localizado na cidade de Frankfurt, Alemanha [6].

Figura 2: detalhe da fita de lacre de um envelope alemão de 1943 que sofreu censura postal militar. Coleção do autor.

A censura postal alemã durante a Segunda Guerra Mundial monitorou o trânsito de correspondências entre a Alemanha e países neutros, a exemplo do Brasil até o início de 1942, quando as relações diplomáticas entre eles foi rompida. A verificação dos conteúdos foi rigorosa, embora realizada por amostragem [7].

Mas, quais eram os tipos de conteúdos vetados pela censura postal alemã? Quais assuntos eram censurados, sendo suas cartas devolvidas aos seus respectivos remetentes?

As respostas à essas perguntas serão discutidas na parte 2 desta série.

AGUARDE...

Notas:

[1] - MEIFFERT, J. (2012) - Zensurpost in Brasilien. 2. ed. Arbeitsgemeinschaft BRASILIEN e.V. im BDPh e. V. Lohmar.
[2] - Para uma síntese recente sobre a Segunda Guerra Mundial: BEEVOR, A. (2015) - A Segunda Guerra Mundial. Record. Rio de Janeiro.
[3] - Conforme pode ser constatado através da página Censored and Military Postal History.
[5] - Ibidem.
[6] - Ibidem.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Memória da Associação Filatélica de Joinville - AFJ.

A Associação Filatélica de Joinville - AFJ foi fundada em 13 de abril de 1945. Durante décadas, ela foi um espaço de difusão da filatelia em Joinville e mesmo em Santa Catarina, através dos seus encontros, das suas exposições e reuniões ordinárias.

Eu frequentei o clube durante a década de 1990, quando adolescente. Lá, por meio de mestres como o saudoso Wolfgang H. Kohls, tornei-me filatelistas e iniciei coleções de países e temas, muitos dos quais coleciono até hoje.

Infelizmente, ela não está mais ativa. O patrimônio documental da AFJ está disperso entre seus antigos sócios, entre os quais, eu. Tão importante quanto a filatelia ser retomada em Joinville por novos e antigos colecionadores, é a preservação e a divulgação da história da AFJ.

Portanto, se você que está lendo esta postagem possuir alguma fotografia ou documento relacionado à memória e à história da Associação Filatélica de Joinville, peço um pequeno favor: entre em contato comigo através do e-mail wilhist@gmail.com.

Eu gostaria muito de obter uma cópia do seu documento e publicá-lá aqui no blog.

Jovens filatelistas.

A imagem a seguir é a reprodução de uma fotografia em que foi retratado um grupo de jovens colecionadores e três filatelistas que fazem parte da história da AFJ e da filatelia em Joinville: da esquerda para a direita, Mário Schwochow, Norberto Colin e Oscar Piske.

Coleção do autor.

O retrato original data de 1968 e sobre o seu verso, foi datilografado o seguinte registro: "Reuniões aos Sábados, para jovens filatelistas. Aulas sobre Filatelia, a arte de colecionar selos. Professores: Mário Schwochow, Norberto Colin e Oscar Piske. Joinville, 1968".

Não foi possível identificar os jovens fotografados.

sábado, 25 de julho de 2020

Flâmulas.

A prática da Filatelia não envolve somente os selos postais. Além deles, as marcas postais, os "carimbos", também são objetos de catalogação, estudos e coleção pelos filatelistas.

Há diversos tipos de marcas postais, inclusive, anteriores ao surgimento do selo postal, em 1840.

As flâmulas são um tipo de marca postal. Suas origens estão relacionadas à introdução das máquinas de franquia mecânica, durante o começo do século XX [1].

Figura 1: envelope circulado entre as cidades de Hamburgo (Alemanha, 27/09/1946) e São Paulo. Obliteração mecânica acompanhada por uma flâmula de propaganda do governo alemão da época: "Votar é obrigatório!". Coleção do autor.

Sérgio Marques da Silva define as flâmulas como "impressões mecânicas usadas para propaganda turística, campanhas diversas e até comerciais e toda e qualquer campanha para promoção através de franquia mecânica" [2], definição essa ilustrada pela figura 1.

Flâmulas e filatelia temática.

"Em virtude [...] das ilustrações e legendas especiais [...], a flâmula passou a ser buscada com frequência pelos colecionadores", revela Raymundo Galvão de Queiroz [3]. Para ele, as flâmulas são "peças magníficas, com grande poder de ilustração" [4].

Devido às suas características, as flâmulas são itens significativos para coleções temáticas e mesmo de história postal.

Notas:

[1] - QUEIROZ, R. G. (1984) - O que é Filatelia. Brasiliense. São Paulo, p. 61.
[2] - SILVA, S. M. (1995) - Selos postais do mundo. João Scotecci Editora, São Paulo, p. 87.
[3] - QUEIROZ, R. G. op. cit., p. 61.
[4] - Ibidem, idem, p. 61.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Envelope circulado pelo Serviço Postal da Força Expedicionária Brasileira - SPFEB.

Envelope circulado entre o endereço postal 269 (Itália, 09/02/1945) e a cidade do Rio de Janeiro - DF. Trânsitos pelo Correio Regulador (Livorno, Itália, 15/02/1945) e pelo Correio Coletor Sul (Rio de Janeiro - DF, 27/02/1945). Carimbo de censor número "8". Carta simples e isenta de selo postal (figura 1).

Figura 1: frente do envelope destinado à Sra. Francisca Molizani. Coleção do autor.

O endereço postal FEB 269 corresponde ao I Grupo do 1. Regimento de Artilharia Pesada Curta da Força Expedicionária Brasileira - FEB.

O remetente, Sd Jarbas SALOMÃO seguiu para a Itália no 3. Escalão da FEB, em 22/09/1944. Desembarcou em Nápoles em 06/10/1944. Retornou ao Brasil no 2. Escalão, entre 16 e 22/08/1945.