segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Guerras e revoluções brasileiras: a Segunda Guerra Mundial.

Ao amigo e colecionador A. L. Possidente.

Hoje, pode parecer estranho, mas quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial, em 31 de agosto de 1942, o governo brasileiro teve bons motivos para bisbilhotar a correspondência alheia. Desde o primeiro semestre daquele ano, diversos navios da marinha mercante brasileira foram atacados e afundados por submarinos alemães dispersos pelo oceano Atlântico. Uma rede de espionagem militar, coordenada pelo Abwehr, coletou e buscou informações sobre a navegação costeira, que orientou as ações do Eixo contra os navios civis brasileiros, como por exemplo, o  paquete Baependi, torpedeado na noite de 15 de agosto de 1942.
Logo, as correspondências destinadas às pessoas de origens alemã, italiana ou japonesa foram alvos de censura postal. A filatelia brasileira é rica em exemplares de envelopes circulados "abertos pela censura" - frase esta impressa nas fitas usadas para lacrar as cartas censuradas, tal como no envelope desta postagem.
Envelope de Primeiro Dia circulado entre as cidades de Buenos Aires (11/10/1944) e Villa Velha (16/12/1944), com carimbos de transito pelo Distrito Federal, na época, a cidade do Rio de Janeiro (09/11/1944) e por Cachoeira do Itapemirim (14/12/1944). No Distrito Federal, a correspondência foi aberta pelo censor, comprovada pela fita fixada no lado esquerdo da mesma e o pequeno carimbo retangular azul aplicado sobre. Como o seu conteúdo não tinha nada de comprometedor, ela seguiu viagem até o seu destinatário. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.
Verso do envelope, no qual há aplicadas as marcas postais de censura, trânsito e chegada, bem como a identificação do remetente. Acervo: Wilson de Oliveira Neto.

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A postagem de hoje só foi possível devido ao amigo e filatelista Amaury L. Possidente, que me presenteou com este belo envelope. Gostaria de registrar aqui os meus mais sinceros agradecimentos.

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