Olho de Boi. Primeiro selo brasileiro volta em edição comemorativa.
Rosana Rosar
A reprodução e a comercialização das imagens do "Olho de Boi", primeiro selo brasileiro e segundo do mundo, marcarão o Dia Nacional do Selo em todo o país. Lançado em 1843, há 169 anos, este selo foi fundamental no processo de modernização dos sistemas postais, iniciado pela Inglaterra três anos antes com o selo "Penny Black". Hoje, os selos continuam tendo destaque mundial por dois motivos: sua comercialização para postagem de cartas e encomendas e sua utilização histórica em coleções de filatelistas.
Neste fim de semana, colecionadores catarinenses de selos, moedas, cartões telefônicos e de outros itens se reúnem no Hotel Castelmar, em Florianópolis. Célio Colin, 64 anos, presidente da Associação Filatélica de Joinville, será um dos participantes do Encontro de Colecionadores da Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina. Dono de uma coleção extensa e bem organizada de álbuns filatélicos comuns e temáticos, ele classifica o colecionismo como um hobby impossível de ser abandonado.
"O filatelista não coleciona só o selo, mas envelope, sedex, tudo o que se refere à filatelia, que é um hobby, algo que está no teu ego, cada um tem um tipo de colecionismo em si", comenta. O interesse pelas coleções - Célio também organiza e cataloga moedas, cédulas, cartões telefônicos e outros itens colecionáveis - surgiu na infância e foi aprimorado nos anos 1980, quando entrou na associação. "Eu já brincava com as coisas do meu pai, que era filatelista, com uns oito, dez anos, e com uns 20 comecei a me dedicar. E a filatelia é uma terapia. Quem começa não para mais", conta.
Atualmente, Célio expõe uma coleção que apresenta a história da filatelia no país na agência dos Correios da rua Princesa Isabel, no Centro, e segue pesquisando selos e materiais históricos para as coleções temáticas sobre o Brasil e a Alemanha. "Existe a filatelia clássica, emissão em si por ordem, com selos ordinários, e a temática por assunto. Cada selo tem uma história, existem peças caras, mas tem que investir, como em tudo", avalia. Dentre os álbuns temáticos o colecionador destaca um sobre a ecologia e outro sobre as paticipações do Brasil nas copas do mundo e Libertadores da América.
Selos personalizados.
Além de vender os selos comuns a partir de R$ 0,05, os Correios fazem selos personalizados pelo preço mínimo de R$ 33 por folha. Em Joinville, esse tipo de encomenda deve ser feita no guichê filatélico da agência da rua Princesa Isabel. "A pessoa pode solicitar o selo personalizado como quiser, com sua foto, de um animal de estimação, logo da empresa. É só nos trazer a imagem em arquivo eletrônico e pagar R$ 33 pela folha com 12 selos. As peças chegam em dez dias úteis", detalha Juliano José Marcola, gerente da agência.
Quando pedidos em grandes quantidades, os selos personalizados custam menos. Se a encomenda for de duas folhas com 12 selos, cada um custará R$ 25, por exemplo. Para despertar o interesse pela filatelia nas crianças os Correios também investem no projeto "Arte de colecionar". "Basta as instituições de ensino nos solicitarem que passamos um vídeo sobre o tema nas escolas", completa Juliano.
"A agência onde o guichê filatélico está instalado fica na rua Princesa Isabel, 394, Centro. Quem tiver dúvidas, pode ligar no 3433-1574. E quem tiver interesse em participar das reuniões da Associação Filatélica de Joinville deve procurar o grupo na Cidadela Cultural Antartica, na rua 15 de Novembro, 1.383, no América, aos domingos, às 9h30.
* * *
Em 31 de julho de 1943, o jornal são-bentense O aço publicou um artigo fornecido pela Agência Nacional de Notícias sobre o centenário do Olho de Boi, celebrado naquele distante ano de 1943. Como a matéria de Rosar trata da filatelia, tendo como mote o Dia Nacional do Selo, comemorado no dia de aniversário do Olho de Boi, creio que a transcrição do artigo seja oportuna (WON).
Olhos de Boi.
Vai
o Brasil comemorar o centenário dos seus primeiros selos do correio, os famosos "OLHOS DE BOI" cobiçados hoje pelos colecionadores do mundo inteiro. Parecerá
talvez que a ocasião não justifica maiores celebrações dum fato tão secundário.
Mas há uma pequena circunstancia que melhor fundamenta os atuais festejos. É
que a emissão de 1843 não deu apenas ao Brasil sua primeira serie de selos;
forneceu tambem ao mundo nova prova de aspírito progressista que animava os
nossos dirigentes.
Porque
o Brasil foi o segundo país do mundo a adotar a inovação introduzida nos
correios ingleses por Rowland Mill [sic.]. Enquanto as nações mais cultas e
adiantadas do globo olhavam com desconfiança para o novo invento, no Brasil –
então ainda um legítimo país ‘lá bas’ – já se adotava a utilíssima ideia, que
vinha resolver de uma vez o antigo problema da taxação de correspondencia.
Depois, um a um, foram todos seguindo o exemplo, da França, Estados Unidos,
Itália e outros ao Afganistão, Tibé, Hawaii e semelhantes países quase a margem
do mundo.
Referências:
Olhos de Boi. O aço. São Bento, v. 7, n. 48, p. 1, 31 de julho de 1943.
ROSAR, Rosana. No Dia do Selo, um marco está de volta. Notícias do dia. Joinville, v. 6, n. 1789, p. 3, 01 de agosto de 2012.
Muitoo legal meu amigo, so falta umas imagens para perfeiçao mas muito bem ^^ gostei
ResponderExcluirExelente Professor, e todo ser humano procura e deseja uma partiular manifestação, cada um com seus sonhos e aspirações.
ResponderExcluirQueridos amigos Mitch e J. Rodrigues.
ResponderExcluirMuito obrigado pelos comentários e perdoem-me pela demora desta resposta. Particularmente, eu gostei muito da matéria, pois conheço o Célio Colin desde a minha adolescência. Além do mais, o clube filatélico lá de Joinville está passando por grandes dificuldades e toda a divulgação é bem vinda. Um grande abraço à vocês e escrevam sempre.